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10 de janeiro: uma lição para os donos do mundo

[10 de janeiro: uma lição para os donos do mundo]

Uma das maiores vitórias do processo bolivariano foi fazer o povo entender a sua importância e poder

Com a constituição em mãos e os dizeres “Yo soy Chavéz” milhares de venezuelanos lotaram as ruas de Caracas para tomar posse neste 10 de janeiro. Eles foram defender esse conjunto de leis feito por cada um deles em um dos processos constituintes mais democráticos e participativos já visto. Os golpistas de 2002, àqueles que empossaram Pedro Carmona enquanto mantinham o presidente eleito sequestrado, mais uma vez, tentaram passaram por cima da Constituição Venezuelana e novamente deram de cara com um povo disposto a se fazer respeitar. As ruas de Caracas, nesta quinta-feira, deixaram clara a vontade popular, reafirmando as vitórias dos dias 7 de outubro (eleições presidenciais), 16 de dezembro (eleições para governadores) e 5 de janeiro (eleições da mesa diretora da Assembleia Nacional). No volverán!
 
Uma das maiores vitórias do processo bolivariano foi fazer o povo entender a sua importância e poder. Saber que quando a base da pirâmide se levanta quem cai são os de cima. Isso, preocupa os donos do mundo. Assim, a burguesia se agarra a cada possibilidade de derrubar Chavéz. Eles se preocupam porque esse pensamento está ultrapassando fronteiras, não é à toa que 27 países estavam representados nesse ato de apoio ao presidente venezuelano. Preocupam-se, também, porque o governo venezuelano garantiu, na sua constituição, o monopólio exclusivo dos hidrocarbonetos que forem encontrados no subsolo venezuelano à PDVSA, uma empresa 100% estatal.
 
Em janeiro de 2011, de acordo com declarações do ministro de Energia do país, as reservas de petróleo da Venezuela representavam 18% das reservas mundiais, se transformando na maior reserva do planeta, ultrapassando a Arábia Saudita. E tem mais, a Venezuela continua sendo um dos maiores fornecedores de petróleo para os Estados Unidos, com uma média de 1,4 milhões de barris diários. Em um mundo onde se começam guerras e invadem países por petróleo, isso explica porque os olhos do mundo estavam focados na Venezuela essa semana. Mas a desculpa é sempre a defesa da democracia e combate ao terrorismo... Foi assim no Afeganistão, no Iraque, mais recentemente, na Líbia e já estão tentando repetir a fórmula na Síria e Irã.
 
Alianças como a Petrocaribe (projeto que prevê a venda do petróleo venezuelano com preço justo aos países da região caribenha), Alba, Unasul fazem a burguesia temer o avanço da “Onda bolivariana” por toda a região. Eles temem que toda América Latina compreenda, assim como os venezuelanos já entenderam, que juntos somos forte. Depois desse 10 de janeiro, fica uma lição: para derrotar o processo bolivariano não basta derrotar Chavéz, é preciso derrotar todo um povo.  
 
Fonte: Bruna Menezes - Jornalista - teleSUR
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