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Bancários de São Paulo protestam contra terceirização no Banco do Brasil

Manifestação garante paralisação e agendamento de reunião com direção do Banco. Principal crítica era ao PL 4330, que regulamenta a terceirização no país e que pode ser votado na Câmara dos Deputados

A superintendência do Banco do Brasil, na Avenida Paulista, em São Paulo, teve o trabalho paralisado na última sexta-feira, (13), por bancários da Baixada Santista (representados pelo Sindicato dos Bancários de Santos e Região), Capital e outras regiões do estado na luta contra as terceirizações. A Intersindical, juntamente com outras centrais, também engrossou o ato.

A paralisação foi uma forma de alertar funcionários e a população sobre este mecanismo (terceirizar o trabalho) usado pela administração do Banco para precarizar as condições de trabalho dentro da instituição. A ação resultou no agendamento de uma reunião para debater o problema. Segundo os dirigentes sindicais, funções no setor contábil e de monitoramento dos terminais de auto-atendimento são executados por terceirizados.

O processo acontece por meio de uma subsidiária e já houve o anúncio da ampliação do uso de trabalhadores da empresa para a área de crédito imobiliário. O esquema usado no Banco do Brasil é uma amostra do que acontecerá se for aprovado o Projeto de Lei 4330/2004, que regulamenta a terceirização no país e que está em tramitação na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara.

A proposta visa escancarar o uso de trabalhadores terceirizados em diversos setores e reduzir direitos. Segundo dados do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), quem trabalha em firmas terceirizadas recebe salário 27% menor que o contratado direto; tem jornada semanal de 3 horas a mais; permanece 2,6 anos a menos no emprego do que um trabalhador contratado diretamente;  a rotatividade é maior – 44,9% entre os terceirizados, contra 22% dos diretamente contratados; a cada 10 acidentes de trabalho, oito acontecem entre os trabalhadores terceirizados.

Ainda segundo o Dieese, o número de óbitos no local de ofício é cinco vezes maior do que entre os contratados diretos, nos setores petrolífero e elétrico.


Durante o ato na Avenida Paulista, a direção do Banco do Brasil se manifestou e marcou uma reunião com representantes da categoria. O encontro, previsto para esta segunda-feira (16), vai debater algumas questões específicas do banco, além do PL 4330. “O ato cumpriu seu objetivo”, ressaltou o presidente do Sindicato dos Bancários de Santos e Região, Ricardo Saraiva Big.
 
Os bancários também estavam representados pelos sindicatos de São Paulo, ABC, Bragança Paulista, Guarulhos, Sorocaba, Franca, Campinas, São José dos Campos, Guaratinguetá, Ribeirão Preto, São José do Rio Preto, além da Contraf, Fetec e FEEB SP-MS. 

 

 

Fonte: Intersindical
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