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Berna Menezes: Agora é guerra!
A condenação sem provas de Lula não é qualquer fato na realidade brasileira. É fase fundamental do golpe, após o impeachment e as contra-reformas em curso. A elite necessita derrotar Lula e o PT, fragilizando o conjunto da esquerda e os movimentos sociais, para impor uma política radical de estado mínimo.
Este fato abre um novo momento na luta de classes no país. Sim, a velha e atualíssima luta de classes. Aumenta a polarização política e social na sociedade, não deixando espaço a um caminho do meio. De um lado os que implementaram o golpe, de outro os que estão sofrendo suas consequências: Desemprego crescente, aumento da pobreza, aumento dos preços, privatizações de serviços públicos e estatais, as cidades ocupada por pessoas em situação de rua, quebradeira na indústria e ataque aos espaços democráticos duramente conquistados por nossa luta.
A condenação é uma declaração clara dos golpistas de que vão seguir atacando. A Globo mostrando a meia dúzia de militantes de direita na sua tela, tenta estimular mobilizações dos golpistas. Enquanto isso, os super ricos em Davos devem estar discutindo: é a hora do saque!
A esquerda tem que tirar consequências do golpe. A direita pode ter muitos candidatos, mas está unida na agenda contra o povo. Portanto, a necessidade da unidade é estratégica. Por outro lado, achar que somos todos iguais é outro erro. Nós do PSOL e de muitos setores dos movimentos sociais, não acreditamos que a saída passe por se unir a Renan, Eunício ou Sarney. Temos que nos unir ao povo. Temos que retomar o trabalho de base. Temos que ocupar as ruas, as fábricas, as escolas. Mas também, se engana quem pensa que a luta contra a reforma da previdência – próximo embate contra o golpe – será uma luta corporativa e da pauta sindical, ela será uma batalha política contra o golpe e pelo poder, além disso, estará totalmente fundida a luta contra a prisão de Lula. A necessidade de uma forte Greve Geral está na ordem do dia. E não vamos nos iludir, não teremos avanços sociais, não teremos eleições sem conflitos!
Por isso nós do PSOL estaremos em palanques separados nas eleições, mas estaremos na mesma trincheira pela defesa da democracia, e hoje, defender a democracia passa pela garantia de que Lula possa concorrer à presidência!