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Boletim Fortalecer o PSOL RS N° 11

[Boletim Fortalecer o PSOL RS N° 11]

Breves apontamentos sobre a conjuntura, em 19/ Junho/20:

 

Começando pelo Coronavírus

Já ultrapassamos 48 mil mortes, no Brasil, causadas pelo coronavírus, e mais de 1 milhão de casos, número que obviamente é subnotificado. Segundo o governo Bolsonaro, no entanto, esse número está muito acima do número real, pois para eles os governadores e os prefeitos aumentam o número mortes para receber mais verbas, verba que sequer é enviada na sua totalidade.
Depois da cloroquina como cura milagrosa, depois de incentivarem as pessoas a abrirem os caixões para ver se havia corpos sendo enterrados, agora, o presidente Bolsonaro pediu para que as pessoas invadam hospitais para filmar e provar que estão quase vazios.

A reabertura de atividades econômicas segue causando seus efeitos. No Rio Grande do Sul,  onde várias regiões estão, na prática, com suas atividades funcionando normalmente, os casos começaram a subir muito, e já se discute recuar e voltar a fechar alguns setores.

No Rio de Janeiro, se chegou ao absurdo de retornar o campeonato estadual de futebol. Para chegar ao local do jogo, no estádio Maracanã, o ônibus com os jogadores passou ao lado de um Hospital de Campanha, instalado no complexo do Maracanã. Nesse jogo do dia 18, o Flamengo fez 3 gols e o Rio teve um total de 274 mortes em 24 horas.

Qualquer medida que não seja o lockdown, fechamento total, mantendo apenas os serviços essenciais é uma medida criminosa dos governantes que vai causar milhares de mortes. O reitor da UFPEL -  Pedro Hallal - que vem conduzindo um dos maiores estudos sobre Covid-19 no mundo, afirmou que o Brasil deveria ter um Lockdown, no país todo, por 15 dias, para conter o avanço do vírus.

Situação Internacional: a luta contra o racismo ganha força em meio à Pandemia e à crise econômica.

No mundo, a combinação da crise sanitária e da crise econômica segue se aprofundando. O número de casos de Covid-19 segue aumentando, a nível mundial. No dia 17, tivemos o pico de casos confirmados em um único dia, no mundo: foram 176 mil, e, no total, já são 8,5 milhões de casos notificados.

A situação econômica também não vem demonstrando uma melhora; pelo contrário, deve avançar muito, ainda.

“A Crise atual é diferente de tudo o que o mundo já viu e terá consequências devastadoras para os mais pobres”. Essa afirmação foi feita pela economista-chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI), Gina Gopinath.

Ela afirma também que essa crise é diferente das anteriores, pois o setor de serviços, que costuma ser menos impactado, nesta crise é o setor mais atingido. Outro ponto, é a diferença que vem dos mercados financeiros, que apresentam uma 'notável divergência' em relação à economia real, com indicadores financeiros apontando para perspectivas mais fortes de recuperação do que a atividade real sugere, o que pode ampliar a bolha especulativa.

A nível internacional, também, é importante a reportagem publicada no jornal americano New York Times sobre o relatório da OEA (Organização dos Estados Americanos), relatório que foi usado para apontar irregularidades na eleição da Bolívia - o que acabou ocasionando o golpe contra Evo Morales, a reportagem usou como base um estudo de pesquisadores de 3 universidades para afirmar que o relatório da OEA foi falho. Ou seja, fica mais evidente do que nunca que o governo de Evo sofreu um golpe e que as irregularidades na eleição foram algo inventado para dar aparência de legalidade ao golpe aplicado pela direita neopentecostal boliviana, com apoio do governo americano.

As ruas e os novos fatos causam um terremoto no governo Bolsonaro

Tivemos uma semana intensa na política brasileira, depois de a direita ter perdido a hegemonia das ruas com a esquerda retomando seu lugar, em importantes atos contra o fascismo e contra o racismo que vão continuar neste final de semana. 

No dia 18, Bolsonaro sofreu três importantes derrotas. A primeira delas, a aprovação pelo STF (Supremo Tribunal Federal) da validade jurídica e a continuidade do inquérito das Fake News, que pode dar embasamento jurídico para a cassação da chapa Bolsonaro-Mourão.

Também, foi confirmada a demissão do Ministro da Educação  - Abraham Weintraub, ministro que antes da sua queda continuou sua saga de ataques à educação. Há alguns dias atrás, ele apresentou a MP 979 que permitia que o ministro da educação nomeasse os reitores das universidades sem qualquer consulta à comunidade acadêmica. Essa medida, felizmente, já foi devolvida pelo congresso e não será aplicada. Outra medida foi a revogação da portaria que orientava as universidade a aplicarem políticas de incentivo às cotas nos cursos de pós graduação. Weintraub saiu do cargo mostrando, mais uma vez, o caráter desse governo, um governo racista e contra o povo. Apesar de ser indicado para um cargo no Banco Mundial com um salário até 5x mais alto, é uma derrota política para o Weintraub e o Bolsonarismo a sua saída do governo, pois era um dos ministros mais alinhados politicamente com Bolsonaro.

Contudo,  fato mais importante, do dia 18,  foi a prisão do Queiroz. Fato que colocou até mesmo a queda do Ministro Weintraub em segundo plano.
Queiroz, ex-assessor do Flavio Bolsonaro, e amigo de toda família Bolsonaro, não era só o operador financeiro da “rachadinha”. Ele é, também, o elo com a milícia e operador de vários crimes que envolvem a família Bolsonaro.
Ele foi encontrado em um imóvel em Atibaia SP,  imóvel que pertence a Frederick Wassef, advogado da família Bolsonaro.
A esposa de Queiroz também foi alvo de pedido de prisão e está foragida.

Bolsonaro fica cada vez mais acuado, e,  apesar de ainda dar algumas declarações mais duras que podem ser entendidas como uma ameaça golpista, ele avança, cada vez, mais nas negociações com o Centrão, cedendo cada vez mais cargos. Também, na tentativa de apaziguar os ânimos com o STF, aceita a demissão de Weintraub.

Enquanto seguem avançando os escândalos e as crises que envolvem o presidente, a economia brasileira segue ladeira abaixo. Setor de serviços teve queda recorde de 11,7%, em abril e acumula queda de 18,7% em 3 meses. Mais da metade da população (51,5%) em idade de trabalhar está sem emprego, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) do IBGE.

E é justamente essa parcela da população, os trabalhadores com baixos salários e desempregados, que não foram agraciados, pelo governo, com trilhões como foram os bancos, que são mais atingidos pela pandemia. Segundo pesquisa realizada em SP, 65,9% das mortes ocasionadas por covid-19 são de pessoas com renda de 0 a 3 mil reais, enquanto apenas 1,2% são de pessoas com renda superior a 19 mil reais. Ou seja, o vírus não é democrático, talvez o vírus até seja, mas as condições para se proteger e para se tratar não são as mesmas para todas classes sociais.

Frente a todos os fatos e à demonstração de forças por parte dos movimentos sociais capitaneados pelas torcidas antifascistas e atos contra o racismo, se faz necessário avançarmos com a campanha Fora Bolsonaro, associada à necessidade de uma nova eleição presidencial. Deve cair o presidente miliciano e toda sua tropa que aplica uma política desastrosa na saúde, na  economia, na educação e em todas as áreas.

#ForaBolsonaro
#EleiçõesPresidenciaisJá


 

Acompanhe no link:

Acompanhe o OBSERVATÓRIO DA CRISE

https://www.observatoriodacrise.org/

O Observatório da Crise é uma iniciativa da Escola Nacional de Formação da Fundação Lauro Campos e Marielle Franco, com o objetivo de fomentar a pesquisa e promover o debate sobre a profunda crise do capitalismo que atravessamos, a partir do referencial teórico marxista. Nesse site serão disponibilizados Dossiês, entrevistas, resoluções e análises.



Indicação de atividade:

Camaradas,                           

Convidamos todas e todos para a live de conjuntura do Fortalecer o PSOL nesta próxima terça (23 de junho), às 18h. Abaixo o link da live, você pode adicionar um lembrete para o Youtube te lembrar:

https://www.youtube.com/watch?v=-n8fD1TLsVM

 

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