Início | Materiais | Boletim Fortalecer o PSOL |
Boletim Fortalecer o PSOL RS N° 12
Breves apontamentos sobre a conjuntura, em 26/ Junho/20:
Começando pelo Coronavírus:
Já ultrapassamos 55 mil mortes, aqui no Brasil. São pessoas que foram vitimadas não só pelo coronavírus, mas foram vítimas de uma política genocida do governo Bolsonaro, uma política negacionista e anticiência.
Bolsonaro, por exemplo, no dia que atingimos a triste marca de 50 mil mortos, afirmou que por ele “reabriria tudo”, contrariando as recomendações de isolamento como forma mais eficaz de evitar a propagação do vírus. Até mesmo o item mais básico de proteção que é a máscara, uso obrigatório para qualquer pessoa, é negado por Bolsonaro, tanto que a justiça do DF determinou a obrigatoriedade do uso de máscara pelo presidente quando ele estiver em locais públicos, e o mais impressionante é que a AGU (Advocacia Geral da União) entrou com recurso para derrubar essa decisão.
O número elevado de mortes, no Brasil, tem relação direta com a falta de investimentos para combater a pandemia. O próprio Ministro interino da Saúde, Pazuello, declarou, em audiência pública, que o governo federal gastou o equivalente a 27,2% (R$ 10,9 bilhões) do total de R$ 39,3 bilhões liberados para o combate ao novo coronavírus por meio de medidas provisórias. Nenhum centavo dos R$ 10 bilhões para Estados e municípios foi liberado, ainda. Portanto, dinheiro tem, o que falta é uma política responsável e séria em defesa da população.
No Rio Grande do Sul, o número de casos vem subindo significativamente, e preocupa a chegada do inverno, que exige uma oferta maior de leitos de UTI em virtude de muitas internações por problemas respiratórios. As UTI’s, no entanto, já estão próximas de sua lotação máxima e já se fala em “colapso da saúde”, em Porto Alegre. O aumento do número de casos mostrou que foi desastrosa a política de distanciamento controlado por regiões, que permitia que cidades com “poucos” casos reabrissem o comércio, por exemplo. O preço disso começa a ser cobrado.
O governo Leite vem mantendo as escolas abertas, apesar de não ter aula presencial. Professores, funcionários e direções devem ir às escolas, o que fez com que a diretora de uma escola fosse infectada. Nossa companheira Neiva denunciou o fato no conselho geral do CPERS e em vídeo postado no facebook. É importante a exigência de que todas as escolas sejam fechadas para preservar as vidas.
A nível internacional:
Possível derrota de Trump é uma derrota para extrema direita mundial
As pesquisas eleitorais no Estados Unidos mostram o desgaste cada vez maior do presidente Trump. Na última pesquisa, o democrata Biden abriu 14 pontos de vantagem nas intenções de voto. Dois fatos são responsáveis por essa queda de Trump: a sua política desastrosa frente à pandemia, o que colocou os EUA como o país com mais mortes - já são mais de 120 mil. Enquanto isso, Trump está mais preocupado em romper com a OMS, por um suposto domínio chinês na organização e em pautar a importância de que uma futura vacina não tenha quebra de patente para que todos tenham acesso; para ele, a vacina deve ser um produto para gerar lucro e não um direito de todos.
Outro fato que causou a queda da popularidade de Trump foi a sua resposta aos atos antirracistas que explodiram depois do assassinato de George Floyd. A resposta de Trump foi mais racismo, provocações e ameaças de intervenção militar para acabar com os atos, ou seja, colocou mais gasolina no fogo.
Biden está longe de ser um nome de esquerda. Ele é um representante da cúpula liberal do partido democrata, mas a derrota de Trump é fundamental, pois não se trata apenas de uma derrota individual; será uma derrota da extrema direita, a nível mundial, inclusive para Bolsonaro que tem em Trump um de seus principais aliados, no cenário internacional.
Uma importante conquista da esquerda, nos EUA, foi a vitória da socialista Alexandrina Ocasio Cortes, nas primárias democratas, para o cargo de deputada. Ela teve uma vitória com mais de 70% dos votos contra uma candidata apoiada por Wall Street. Ela deve ir,agora, para seu segundo mandato.
A crise econômica segue, apesar da recuperação das bolsas de valores
Os índices das bolsas de valores, que vêm mostrando certa recuperação, podem levar a algum otimismo entre os economistas e setores da elite, mas essa recuperação em nada reflete a recuperação da economia real, que ao contrário, vem sendo cada vez mais atingida. A única coisa que ela reflete é a expectativa de lucro dos investidores, através de especulação financeira.
Um dos motivos dessa alta das bolsas é a injeção de muito dinheiro na economia, pelos governos. Nos EUA, foram mais de 17 trilhões de dólares, e boa parte desse dinheiro acaba indo para a especulação nas bolsas de valores. No Brasil, uma situação parecida, os grande pacotes econômicos lançados pelo governo desde o início da pandemia foram para os banqueiros e os grandes empresários (R$1.2 trilhões) e todo o programa de ajuda emergencial para o povo não passa de R$ 100 bi . Por isso, o necessário nesse momento de crise não é repassar mais dinheiro para as elites. É preciso redistribuir de renda e riqueza. Uma das medidas que o PSOL defende é a taxação das grandes fortunas.
A crise política avança no Brasil
Bolsonaro busca pacto para estabilizar governo
Bolsonaro sofreu um forte abalo. A última semana foi a pior desde que ele assumiu a presidência. A prisão de Queiroz e a retomada das ruas pelos movimentos Antifascistas e antirracistas junto com a esquerda, colocam Bolsonaro ainda mais na defensiva.Nas pesquisas ele tem o pior desempenho de um presidente nesta altura do mandato.
As insinuações golpistas ficaram pra trás e agora o que vigora é o avanço de um pacto com as elites tradicionais. Bolsonaro afirmou em evento que participou com Maia e Dias Toffoli, que o entendimento entre os poderes vai trazer dias melhores para o Brasil. Maia, que já afirmou que não é momento de impeachment, insiste que deve ser feito um pacto para promover a retomada econômica do país com uma agenda pó- pandemia. O novo Ministro da Educação Carlos Alberto Decotelli, afirmou que foi nomeado para fazer gestão com muito diálogo.
Mais uma vez, um pacto das elites ultraliberais, para tentar superar a crise política, jogando toda crise econômica nas costas do povo.
A agenda pós pandemia e a recuperação econômica nada mais são do que seguir com a velha agenda liberal. As privatizações, como a privatização da água que foi aprovada dia 25, no Senado. Seguir destinando trilhões aos banqueiros, enquanto os trabalhadores têm salários cortados, os desempregados com dificuldades para receber 600 reais. E as pequenas empresas, indo à falência. Como disse Guedes, ajudar as pequenas empresas não dá lucro.
Por isso, é importante o apoio a greve dos entregadores de aplicativos no dia 1/7, porque não podemos aceitar que a crise recaia nas costas dos mais humildes, dos desempregados e subempregados.
Por outro lado, parte da esquerda está construindo uma frente chamada de “Direitos Já, em defesa da democracia da vida e da proteção social”.
Essa frente fará uma live da qual participarão companheiros valorosos do PSOL como Boulos, Freixo e Fernanda Melchionna. Nós consideramos um grave erro participar da mesma, pois essa frente sequer tem como eixo o “Fora Bolsonaro”.
Está muito claro que essa frente é uma tentativa de consolidar um campo eleitoral, uma alternativa de direita que quer carregar, junto, parte da esquerda.
Ou por acaso alguém acha que o PSDB ou o golpista Temer defendem proteção social e democracia?
Esse tipo de frente não nos serve. Nossa frente é programática e até pode ser mais ampla quando tiver como objetivo claro o “Fora Bolsonaro”, que não é o caso.
#ForaBolsonaro
#EleiçõesPresidenciaisJá
Acompanhe no link:
Acompanhe o OBSERVATÓRIO DA CRISE
https://www.observatoriodacrise.org/
O Observatório da Crise é uma iniciativa da Escola Nacional de Formação da Fundação Lauro Campos e Marielle Franco, com o objetivo de fomentar a pesquisa e promover o debate sobre a profunda crise do capitalismo que atravessamos, a partir do referencial teórico marxista. Nesse site serão disponibilizados Dossiês, entrevistas, resoluções e análises.
Indicação de atividade:
Camaradas,
Convidamos todas e todos para a live de conjuntura do Fortalecer o PSOL, nesta próxima terça (30 de junho), às 18h. Abaixo o link da live. Você pode adicionar um lembrete para o Youtube te lembrar:
https://www.youtube.com/watch?v=tGg7O-Zzqvc&fbclid=