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Em defesa da unidade, última chance
O PDT e PSB se unificaram, aqui no RS, para disputar as eleições de outubro. Se confirma um caminho à direita que as duas siglas vêm percorrendo. No PDT, o que havia de progressista, a tradição do trabalhismo e o brizolismo, ficou para a história e os dias de festas. E, Beto foi um golpista desavergonhado de primeira linha. Mas agora, por ordens superiores, não podemos mais falar em golpismo, não é mesmo?
Por outro, lado, no domingo, o PSOL fechará a chapa Ruas/Neiva para o Piratini. Uma chapa com a cara do Rio Grande. Um trabalhista histórico e uma dirigente do CPERS que esteve em todas as lutas em defesa da educação nos últimos 30 anos e em todas as manifestações contra o golpe contra Dilma Rousseff.
O que sobra para o PT mais de esquerda do país? O PT de Olívio. Tarso, Paulo Paim, Raul Pont, Frei Sérgio, Adão Pretto e Ester Grossi? Uma política de auto construção. Mais uma demonstração de que a geração que inovou com o Orçamento Participativo e Fórum Social Mundial, envelheceu, não pela idade, mas também.
Era possível outro caminho? Sim. Já manifestei nas redes que devido seus erros e acertos também, a rejeição a sigla, é muito grande no Estado. Que parte dos acertos é um trabalho estrutural entre os pequenos agricultores, relação com a igreja católica progressista e estar 'espraiado no interior'. Esse trabalho estrutural que já foi hegemônico no RS, levou a enfrentamentos, também.
A crise nacional, produto do golpe contra o PT, se refletiu em cada capital e cidade do interior, reascendendo antigos ódios acumulados por anos de hegemonismo e arrogância. Somado aos erros, chegamos à rejeição.
Todos nós sabemos que Pedro Ruas é o candidato com perfil para encabeçar uma chapa de esquerda ao governo do Estado. O PSOL é o novo. Tem a maior bancada de vereadores da capital, com a vereadora mais votada. Luciana é uma referência não apenas estadual, mas nacional. Ruas é herdeiro do trabalhismo. Nacionalmente, além da bancada excepcional, com lideranças como nossa queridas Fernanda, Erundina,Taliria e um guerreiro como Glauber, o PSOL é o partido que representou com força as candidaturas negras em todo país seguindo a tradição de nossa saudosa Marielle Franco.
Não somos os únicos. Manuela também é expressão do novo. Da onda feminista em um país dominado pela violência contra as mulheres.
Reconhecemos que o PT é o maior partido. Mas, reconhecimento não ganha eleição e, tampouco, acumula. E, ninguém pode levantar uma palavra sobre a conduta do PSOL. Como o próprio petista Breno Altman constatou, não teremos candidatura a presidente e estamos com Lula. Nos dois principais estados do país, Rio e SP estamos juntos com o PT. E em nenhum estado o PT abriu mão para o PSOL. Mas, como falava minha mãe com suas citações bíblicas, com o PT é tudo 'venha a nós e ao vosso reino nada'. Nem quando poderia favorecê-lo. Portanto, se há alguém responsável pela divisão da esquerda no Rio Grande, só existe um nome, o PT, que optou pela auto construção. Sob o ponto de vista petista, até pode ser correto. Mas não nos peçam para ser parte de sua estratégia de construção.
Seguiremos nosso caminho pela esquerda, coerente na luta contra Bolsonaro e o bolsonarismo, nas ruas e nas urnas.
Berna Menezes
Secretária Nacional de Comunicação do PSOL