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Em greve geral, 3 milhões de trabalhadores chacoalham Portugal

[Em greve geral, 3 milhões de trabalhadores chacoalham Portugal]

Edson Carneiro, Indio

Em protestos contra cortes de salários, redução de investimentos em políticas sociais, o desemprego e a precarização das condições de vida, mais de três milhões de trabalhadores portugueses cruzaram os braços e paralisaram suas atividades nesta quinta-feira, dia 24/10. Para muitos, trata-se da mais impactante greve geral já realizada no País.

 

Dessa forma, depois dos trabalhadores franceses, gregos, espanhóis, italianos, entre outros, agora são os portugueses a afirmar: os trabalhadores não aceitam pagar a conta da crise criada pelos capitalistas.

 

O que acontece nestes países é a adoção, pelos mais diversos governos, da mesma receita neoliberal que imperou nos últimos anos: desmonte do serviço público e ataques aos direitos dos trabalhadores. Cabe lembrar que Portugal tem como Primeiro-Ministro José Sócrates, do Partido Socialista (PS).

 

A greve geral em Portugal atingiu diversos setores, impactando de conjunto a economia, atingindo com mais força os transportes, saúde, educação, autarquias e o setor público.

 

A redução dos salários, medida inédita na história de Portugal, atinge neste momento apenas o setor público. Porém, o movimento sindical teme que, na sequência, as empresas privadas avancem sobre os salários de seus funcionários alegando dificuldades financeiras.

 

Além dos cortes nos salários e nas políticas sociais, o governo do Primeiro-Ministro José Sócrates quer congelar o valor das aposentadorias, aumentar impostos e se recusa a aumentar o valor do salário mínimo conforme reivindicação do movimento sindical.

 

A greve geral em Portugal no dia de hoje, assim como aconteceu em diversos países europeus, deve ser observada como um alerta aos trabalhadores brasileiros, pois o futuro governo Dilma já está anunciando uma série de medidas fiscais de ataques aos serviços públicos, aos salários dos servidores, aos benefícios dos aposentados e aos direitos previdenciários.

Edson Carneiro, Indio, é membro da Coordenação Nacional da Intersindical

 


 

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