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Executiva Nacional do PSOL convoca militância a fortalecer a luta contra o ajuste fiscal
Durante reunião realizada no último sábado (20), a nova Executiva Nacional do PSOL atualizou o debate sobre a conjuntura nacional, com base em uma ampla análise dos últimos meses de 2015 e dos dois primeiros de 2016. Temas como as novas medidas restritivas, anunciadas pela presidenta Dilma Rousseff, a ofensiva conservadora, em especial no Congresso Nacional, as sucessivas manobras de Eduardo Cunha para protelar a votação do processo que pede o seu afastamento do cargo e os desafios da esquerda no próximo período permearam os debates, que ao final culminaram na resolução de conjuntura.
Na avaliação da Executiva Nacional, eleita no 5º Congresso Nacional do partido, em dezembro último, o ano começou com o aprofundamento das ameaças contra a classe trabalhadora e os mais pobres, em função da pauta de ajuste apresentado pelo governo. Ao mesmo tempo, também crescem os ataques da direita, colocando em risco direitos já conquistados e barrando a possibilidade de novas conquistas. “Em nosso caso, 2015 foi o retrato da conjunção do cenário econômico se retroalimentando na crise política, com consequências sociais graves e grande aceleração da conjuntura. Enquanto o governo Dilma se dispôs a implementar o programa das elites econômicas, com duro ajuste fiscal recessivo, os diversos setores da direita avançaram – por dentro e por fora do governo – com a apresentação de uma agenda conservadora que deu o tom do debate político e da opinião pública”.
Entre as medidas que o governo Dilma já anunciou que pretende adotar, a resolução do PSOL aponta, com grande preocupação, a recriação da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentações Financeiras), a nova reforma da previdência, que aumenta a idade da aposentadoria dos trabalhadores, e a reedição do mecanismo da Desvinculação de Receitas da União (DRU). “O governo Dilma opta pelas saídas conservadoras de sempre, minando a um só tempo a capacidade de retomada do investimento produtivo e a preservação das conquistas econômicas que os trabalhadores obtiveram nos anos de expansão do capitalismo brasileiro. As novas medidas anunciadas por Dilma buscam aprofundar o ajuste fiscal naquilo que ele tem de mais perverso: a retirada de direitos e a transferência dos ônus econômicos para o setor produtivo e os mais pobres”.
Como alternativa, a Executiva Nacional reafirma a posição do PSOL de que as saídas para a crise devem ser sempre à esquerda, contemplando as reivindicações históricas dos movimentos sociais, entidades sindicais e partidos de esquerda, e convoca a sua militância para tomar as ruas. “Não há perspectivas de um arrefecimento no curto prazo para a crise política e econômica que aflige o país, já que o governo seguirá apostando numa agenda macroeconômica regressiva, sustentada nas premissas da ‘austeridade’. O PSOL reconhece que a saída está no campo da política e que a crise, longe do fim, terá nas ruas um campo decisivo para as próximas batalhas. Nosso partido aposta na mobilização das ruas por uma saída para a crise política que represente uma superação do ciclo lulopetista, contra qualquer retrocesso e por um programa alternativo dos trabalhadores”.