Maringoni: este é de esquerda

Gilberto Maringoni é um destacado militante político há 35 anos. Formado em arquitetura, é jornalista e doutor em História Social pela USP. É também professor de jornalismo na Faculdade Cásper Líbero e colunista do site Carta Maior. Foi pesquisador do Ipea e colaborou com os principais órgãos da imprensa brasileira, como O Estado de S. Paulo, Carta Capital, Jornal do Brasil entre outros. Foi líder estudantil, dirigente do PT e do PSOL e atuou em diversas campanhas populares. Uma das mais importantes foi o Plebiscito da Dívida Externa, concretizado por uma frente de diversas entidades e partidos, como a CNBB, o MST, a Central de Movimentos Populares e outros, em 2000. Participa ativamente do movimento pela democratização das comunicações.
É autor de 12 livros, entre eles A Venezuela que se inventa, e foi um dos primeiros jornalistas brasileiros a cobrir as mudanças políticas em curso desde 1998 na América Latina, com destaque para os governos de Hugo Chávez, Evo Morales, Fernando Lugo e Rafael Correa.

Veja o que defende Gilberto Maringoni para em São Paulo:

? A cidade é pública. Os governos Serra e Kassab estão aceleradamente privatizando postos de saúde, hospitais, museus e equipamentos públicos. É urgente reverter esse quadro, desfazendo as ilusões de que a iniciativa privada melhorará o atendimento.
? São Paulo não é um parque temático. A remoção de populações pobres do centro, os incêndios suspeitos em favelas próximas a áreas valorizadas e a virtual inexistência de um Plano Diretor evidenciam que o objetivo das gestões do PSDB é tornar a cidade um centro de negócios para quem vem de fora e não um bom lugar para se viver. A cidade é dos cidadãos e não dos tubarões.
? Pelo IPTU progressivo. A melhor forma de se fazer justiça social é fazer quem tem mais pagar mais e quem tem menos pagar menos.
? Pela estatização do transporte público na cidade de São Paulo. Até 1992, tínhamos a CMTC, empresa pública eficiente, que regulava o sistema, evitava gargalos na mobilidade da população e impedia a cobrança de preços abusivos pelas concessionárias. Foi privatizada por Paulo Maluf. Falar em transporte público e de qualidade deixando o mercado controlar o setor é espalhar demagogia. Precisamos de melhor integração entre trens, metrô e ônibus, sem deixar de lado o transporte alternativo, como as bicicletas.
? A educação do pobre não pode ser diferente da do rico. O aluno que estuda em escola pública tem menos chances de fazer uma boa faculdade e entrar no mercado de trabalho do que o estudante de colégios privados de alto padrão. Investir em educação pública de qualidade é investir na igualdade.
? A especulação imobiliária está degradando a cidade, colocando em colapso os sistemas de abastecimento de água, de energia e de transportes. Agora cobiçam áreas verdes, agredindo o meio ambiente, sujando rios e aumentando a incidência de enchentes. A cidade precisa de um Plano Diretor democrático, como enfatizado no Estatuto das Cidades.
? Gestão democrática do orçamento público. A população precisa saber e opinar sobre os impostos arrecadados.
? São Paulo representa o terceiro maior orçamento do país, atrás apenas da União e do Estado de São Paulo. Mas é estrangulada pela Lei de Responsabilidade Fiscal, que imobiliza parte da arrecadação para o pagamento das dívidas financeiras. É preciso renegociar a dívida para que os serviços públicos melhorem.
? Cultura e informação cada vez mais correspondem a inclusão digital e ao uso de plataformas de livre acesso. Pela difusão da banda larga pública na cidade. Internet para todo.

PS do Viomundo: Conheço o Maringoni desde criancinha. Literalmente. Fomos colegas de quarto ano primário no Grupo Escolar Rodrigues de Abreu, em Bauru. Bebemos juntos o leite com groselha enviado pelo governo Kennedy. O leite em pó era uma novidade em Bauru e nunca me esqueço do carimbo que acompanhava os sacos enviados pelo governo dos Estados Unidos, que traziam um aperto de mãos simbólico da Aliança para o Progresso. Ou seja, o Kennedy sem querer alimentou o Maringoni. Eu sabia que tinha algo de errado com aquele leite! Eu espero que o dr. Jamil Murad, do PCdoB, no qual votei nas últimas eleições, não precise do meu voto. Desta feita, votarei no Maringoni.