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Jean, PSOL com Glauber pode unificar a esquerda de verdade!
O companheiro Jean Wyllys foi para o PT. Era uma derrota anunciada há vários anos. Ele não defendia o conjunto de nosso programa. Independente disso, sempre defendi Jean, por concepção partidária, mesmo quando errava feio ao defender o Estado fascista de Israel. Eu dizia, Jean está conosco porque somos os mais consequentes na defesa de sua pauta, a luta contra a marginalização da agenda LGBT. Somos o Partido da nova política e a nova política não exclui os excluídos, lhe garante espaço e expressão.
E assim foi acolhido por nós, quando o PT, devido a desastrosa aliança com setores atrasados dos neopetencostais, abandonou as pautas de "costumes", como se essas fossem secundárias.
Vai fazer falta, nos ajudou muito em várias batalhas, mas a responsabilidade deste ato não é só de Jean. Quando parte da direção do PSOL gera uma confusão e não delimita fronteiras entre nós e o projeto do PT, dá nisso. Se somos todos a mesma coisa é mais confortável ficar no partido que pode ser governo.
Construir uma Frente de Esquerda que já pressupõe que apoiaremos no primeiro turno Lula, sem fazer o debate de alianças e programa, começamos mal. Quem pode ganhar? Depende. Olhemos com cuidado o processo do Podemos na Espanha, considerado Partido irmão do PSOL na Espanha. O Podemos surgiu das gigantescas mobilizações da Praça do Sol. Em um ano se tornou o segundo maior partido no país. Chegou a ganhar duas principais cidades, a capital da Catalunha, Barcelona com Ada Colau e a capital do Estado Espanhol, Madrid. Esta última perdeu nas eleições do início deste mês.
Com o discurso de barrar a direita, se colou a velha política, ressuscitando o PSOE e está definhando, com seu principal dirigente, Pablo Iglesias, declarando que vai abandonar a política. Esqueceram que em política nem sempre um mais um é dois. Tem somas que diminuem.
De qualquer forma, não acredito que esse é o final da história. A realidade é mais dinâmica do que nossos esquemas. Esses jovens espanhóis quando ocuparam a Praça do Sol eram anti política e contra partidos. Chamaram boicote às eleições, levaram uma surra da direita, o que os empurrou a fazer política e a construir Partido, portanto, é importante manter pontes, atuar fortemente na realidade para politizar a política.
Neste sentido, a candidatura de Glauber Braga vem cumprir o papel de trazer o debate de Projeto de país na construção da Frente. Não estamos indo para qualquer processo eleitoral. Temos que superar os erros do passado e enfrentar os desafios do futuro. A roda da história não voltará atrás, acordos por cima, não resistirão ao mundo real. Temos que dizer a que viemos e isso é programa!
Por fim, o mundo dá muitas voltas e neste caso o nosso maior aliado, que por estar repetindo os erros do passado, será o próprio PT. Tenho certeza que o congresso do Partido apontará uma saída não sectária, mas sem submissão e diluição para nossa intervenção.
Boa sorte Jean, neste seu novo momento!
Berna Menezes- Executiva Nacional do PSOL.