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Mulheres levam a esquerda de volta a DCE

[Mulheres levam a esquerda de volta a DCE]

Votação de estudantes coloca três jovens à frente do diretório central da UFRGS em 2011

É com força feminina que a esquerda voltará ao Diretório Central dos Estudantes (DCE) de uma das mais importantes instituições de Ensino Superior do Estado, a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Na gestão 2011, o poder será compartilhado por três coordenadoras-gerais que, além de reforçarem a posição das mulheres na política estudantil gaúcha, marcarão uma nova guinada na condução dos 23 mil alunos de graduação representados por elas.
 
No ano passado, quatro décadas de hegemonia da esquerda foram rompidas pela vitória de uma chapa formada por nomes vinculados a partidos como PP, PSDB e PMDB. Uma das razões apontadas para a derrota histórica foi a fragmentação de antigos aliados em três chapas diferentes. Este ano, até o nome da chapa 3, declarada vitoriosa na noite de quarta-feira, evidenciou a mudança de estratégia: UFRGS Pública e Popular – Oposição Unificada.
 
A coalização de grupos estudantis vinculados a partidos como PSTU e PSOL reconquistou o comando ao somar 2.354 votos contra 1.130. Outras duas chapas disputaram o pleito, marcado por impasses e confusões (veja quadro). A partir de dezembro, o DCE será conduzido por uma coordenação formada por Sayuri Dorneles Kubo, 23 anos e aluna de Jornalismo, Rejane Aparecida Aretz (Políticas Públicas), 28 anos, e Jéssica Nucci (Geografia), 22 anos. Rejane é filiada ao PSOL, e Jéssica foi candidata a deputada federal neste ano pelo PSTU.
 
– Defendo a filiação partidária dos estudantes, mas o DCE será autônomo e independente – sustenta Rejane.
 
Do ponto de vista acadêmico, a gestão deverá ser marcada pela defesa de medidas como a criação de mais cursos noturnos e o sistema de cotas – combatido pela atual gestão.
 
– A infraestrutura precisa melhorar – avalia Sayuri.
 
A nova reviravolta política também deverá reaproximar o diretório de organizações sociais, sindicatos e manifestações de rua. Tudo sob a coordenação de um trio que reforça a tradição do movimento estudantil gaúcho de formar líderes mulheres, a exemplo de Maria do Rosário e Manuela D’Ávila.
 
 
Saiba mais:
 
Algumas medidas defendidas pela nova gestão do DCE:
- Criação de cursos noturnos
- Investimentos em assistência, como ampliação de casas para estudantes e dos restaurantes universitários
- Aumento da bolsa estudantil de R$ 360 para pelo menos R$ 400
- Participação mais direta dos estudantes nas demandas à reitoria
- Defesa do sistema de cotas e da valorização das minorias
 
Alguns percalços do pleito:
- Denúncias de desvios de recursos, negadas pela atual gestão – que alegou motivação política
- Um estudante registrou queixa na polícia por suposta agressão cometida por integrantes da chapa vitoriosa
- A comissão eleitoral propôs voto online, que foi rejeitado pela chapa 3
- Um dos integrantes da comissão eleitoral afirma ter ingressado na Justiça para tentar cancelar o pleito
Fonte: Matéria publicada no Jornal Zero Hora, 26/11/2010
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