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No dia 7 de Setembro, manifestações em Brasília farão contraponto a desfile oficial e a jogo do Brasil, no Mané Garrincha
Se para alguns moradores da capital federal o dia 7 de Setembro é apenas um feriado no calendário ou um dia de ir à Esplanada dos Ministérios ver o desfile cívico, para uma outra parcela importante da população é dia de protestar contra uma série de demandas que preocupam milhares de pessoas. A expectativa é que enquanto a presidente Dilma Rousseff e outras autoridades conduzam os festejos oficiais, pelo menos duas manifestações sejam realizadas, pela manhã, nas proximidades do Palácio do Planalto e do Congresso Nacional.
Na pauta, os diversos anseios de militantes sociais, trabalhadores e estudantes, externados nos protestos ocorridos este ano, denominados de jornadas de junho. E, diferentemente dos que irão à Esplanda para assistir ao tradicional desfile de 7 de Setembro, os que marcarem presença nas manifestações irão cobrar mudanças nos rumos das políticas implementadas pelo governo federal, com o apoio do Congresso Nacional. Ainda que as pautas sejam diversas, a denúncia provavelmente será a mesma: as coisas não andam nada bem no país e é preciso mobilização para mudá-las.
As manifestações Marcha a Brasília e Ocupe Brasília 7 de Setembro, convocadas pelas redes sociais, terão concentração no Palácio do Planalto e no Congresso Nacional, pela manhã. Para os dois protestos, que em algum momento devem se encontrar, já estão confirmadas cerca de 12 mil pessoas. Mas a estimativa é que ao todo, ao longo do dia, esse número chegue a 50 mil.
“Estamos vivendo um momento único em nosso país. As manifestações que não víamos há 20 anos surgem dos jovens com um objetivo único: reconstruir o Brasil. Com o amadurecimento do conhecimento político e a reflexão acerca das atrocidades de gestão pública vistas neste país, devemos protestar e exigir que mudanças sejam feitas”, ressalta a convocatória para o Ocupa Brasília 7 de Setembro, no evento criado no facebook.
Grito contra gastos com a Copa e desigualdade social
Convocado para o meio dia, o Grito dos Excluídos, manifestação que ocorre há vários anos na mesma data, traz em sua pauta de reivindicações eixos defendidos historicamente pelos movimentos sociais e partidos políticos do campo da esquerda. Além de Brasília, onde a concentração será na Rodoviária do Plano Piloto (local de grande trânsito de trabalhadores), o Grito também acontecerá em várias outras capitais do país.
Na convocatória, os organizadores do ato afirmam que 7 de setembro é dia de indignação e lutas, uma vez que o povo brasileiro nunca conquistou sua independência de fato. “Continuamos um dos países com a maior desigualdade do mundo e, atualmente, com um processo grande de retirada de direitos e violência contra nossa juventude”, afirma o texto.
Entre os eixos da manifestação, se destaca a crítica aos gastos com a Copa das Confederação, que já ocorreu, e com a Copa do Mundo de 2014. “Um dos símbolos da violência do Estado encontra-se na total prioridade aos interesses da Fifa em detrimento dos interesses sociais do povo. No dia 7 de setembro, além da falsa independência, haverá jogo do Brasil no fraudulento estádio Nacional. É dia do povo do DF e do Entorno se indignar”, reforça a convocatória.
Da Rodoviária do Plano Piloto, os manifestantes devem caminhar em direção ao Estádio Nacional, chamado carinhosamente pela população de Estádio Mané Garrincha.
Os organizadores do Grito dos Excluídos em Brasília ressaltam outros problemas os quais sofre a população do Distrito Federal. Desemprego, violência e exclusão social são algumas das carências apontadas. “Aqui, onde o desemprego dos jovens atingem a mais de 25%, convivemos com a desigualdade e a exclusão social no dia a dia. Enquanto o GDF e uns poucos celebram um estádio superfaturado, o povo e a juventude sofrem com a ausência de políticas sociais e perspectiva de vida. As mobilizações de junho nos ensinaram que só a luta concreta, organizada é capaz de reverter a (des)ordem instalada. Por isto, neste dia dos(as) excluídos(as), convidamos todas e todas para rumar ao Estádio, em uma grande luta em prol dos direitos sociais, contra a violência e o extermínio de nossa juventude”, finaliza o texto.