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NOTA DA INTERSINDICAL, MES E CANDIDATOS DA CHAPA 3-OPOSIÇÃO METALÚRGICA

Métodos stalinistas são recorrentes na atuação dos militantes do PSTU

Estarrecedora a nota publicada no site do PSTU sobre os acontecimentos envolvendo o processo eleitoral do Sindicato dos Metalúrgicos de Niterói. Como disse um companheiro numa outra situação envolvendo notas deste partido, pareceu-nos, a princípio, obra de algum hacker contratado pela chapa da CUT, que entrou no site do PSTU e colocou uma série mentiras a fim de destruir a chapa de oposição.

Infelizmente, mais uma vez não foi obra de um hacker, e sim manobras de alguns dirigentes do PSTU. E isso configura um fato muito grave para a esquerda brasileira, pois demonstra até que ponto a degeneração stalinista de mentir, caluniar e distorcer fatos corrompeu os métodos dos irresponsáveis que escreveram a referida nota.

Vários de nós tiveram dúvidas se deveríamos responder agora essa nota irresponsável, pois, ao contrário do PSTU, não queremos produzir armas e munição para a CUT atacar nossa chapa, que é composta por vários companheiros de luta, comprometidos única e exclusivamente com os interesses da categoria e com o projeto de transformação do Sindicato dos Metalúrgicos de Niterói em uma entidade de luta, combativa, autônoma e independente dos patrões, dos governos e dos partidos. Mas diante da caluniosa campanha contra os dirigentes das nossas organizações não tivemos como adiar essa resposta.

Aos fatos.

No dia 28/03, a comissão eleitoral dirigida pela CUT impugnou sete candidatos da nossa chapa, tentando nos tirar de uma eleição que no voto venceremos, se a eleição não enveredar para a fraude completa, e se a Conlutas parar de criar problemas para a chapa da oposição.

Naquela mesma noite (dia 28/03) fizemos uma reunião com o dirigente do PSTU Miguel Malheiros, ?responsável? pelo setor deles na chapa de oposição. Saímos da reunião com um acordo de que o advogado indicado por eles entraria no outro dia na justiça para garantir a candidatura dos ?impugnados? e, se até o prazo estabelecido pelo edital que convocou a eleição, não tivéssemos sucesso na medida judicial, a chapa iria substituir os candidatos impugnados. Restou acertado, também, que os dois campos da chapa deveriam providenciar candidatos suficientes para garantir a substituição.

Dos sete impugnados, seis foram indicados pelo campo da Conlutas e um do nosso campo. Cabe lembrar, também, que dos sete impugnados, cinco são aposentados.

O advogado indicado pela Conlutas só ingressou com a medida cautelar dois dias depois, na sexta-feira. O prazo para eventuais regularizações estabelecido pelo edital que convocou a eleição terminava na segunda-feira, dia 02/04. 

As 11h da manhã da segunda-feira, dia 02/03, prazo final de regularização, três advogados e dirigentes da Intersindical, MÊS e Unidos pra Lutar, fomos para o TRT da cidade acompanhar o andamento do processo. Lá encontramos o advogado indicado pela Conlutas que ingressara com o pedido de medida cautelar. Este advogado, na presença de outra advogada militante do PSTU, nos afirmou que a decisão judicial poderia ser qualquer coisa, principalmente porque o juiz que até então acompanhava o processo se declarou incompetente e determinou a redistribuição do processo.

O advogado indicado pela Conlutas afirmou, ainda, que diante daquela situação, o correto seria substituir os candidatos impugnados, fazendo uma ressalva na ata de substituição garantindo que, caso a justiça concedesse o registro aos impugnados, a substituição seria anulada.

Esse procedimento, aliás, é muito comum em situações como esta.

Qual não foi nossa surpresa ao saber que mesmo assim o PSTU não aceitava cumprir o acordo de fazer a substituição, colocando em risco a possibilidade de a chapa concorrer e, muito mais grave, colocando em risco de demissão os candidatos que estão na ativa (20 companheiros) sem estes sequer terem o direito de disputar o pleito.

Nosso setor preparou um documento com a assinatura da maioria da chapa exigindo a substituição dos impugnados.

Faltando cerca de uma hora para terminar o prazo estabelecido pelo edital que convocou a eleição, fomos à sede do PSTU Niterói para conversar com o candidato a presidente da chapa (ligado à Conlutas) e chamá-lo à responsabilidade. Fomos acompanhados dos quatro candidatos que assinam essa nota, de três advogados e dos dirigentes da Intersindical e Unidos (os companheiros do MES ficaram preparando os últimos documentos necessários para a substituição).

Naquele momento, o encabeçador da chapa, ligado à Conlutas, precisava ir ao sindicato levar os documentos dos sete substitutos e ele mesmo faria a ressalva na ata, garantindo que caso a justiça garantisse a candidatura dos até então impugnados, a substituição também seria automaticamente anulada, como orientara o advogado da Conlutas (e também os nossos advogados).

Na sede do PSTU, conversamos tranquilamente por alguns minutos com o encabeçador da chapa que pediu para ligar para o advogado dele. Durante essa ligação, e temendo que o companheiro cedesse ao bom senso, os dirigentes do PSTU - Satanás e Tavares - com muita truculência, chegaram para nos expulsar de sua sede. Fomos expulsos e saímos.

Nossos advogados permaneceram e reuniram-se, por mais de uma hora na sede deles, com os dirigentes do PSTU, com dois candidatos da Conlutas presentes e o advogado deles, que chegara junto com Satanás e Tavares.

Essa foi, rigorosamente, a sucessão dos fatos que se deu com nossa ida à sede daquele partido. Não tínhamos e não temos nenhuma razão para, como eles mentirosamente disseram, ?invadir? a sede deles. Fomos apenas tentar garantir o acordo que tínhamos feito com o PSTU, para que nossa chapa de oposição tivesse resguardado o seu direito de concorrer, em qualquer situação, com ou sem decisão judicial favorável.

A importância do Sindicato dos Metalúrgicos de Niterói e Itaboraí

O Sindicato dos metalúrgicos com sede em Niterói representa os trabalhadores dos estaleiros da região, da indústria naval em pleno crescimento. O reaquecimento do setor levou a um expressivo aumento do número de trabalhadores, colocando-nos o desafio de reorganizar uma nova vanguarda de militantes, sem as frustrações do descenso dos anos 90.

Outro aspecto importante é que este sindicato irá representar os metalúrgicos de Itaboraí, onde fica localizado o COMPERJ, um imenso empreendimento que tem a perspectiva de gerar 300.000 empregos diretos e indiretos. Lembramos também que mesmo antes do seu funcionamento, o COMPERJ já tem sido palco de greves e de mobilização e de greve dos trabalhadores da construção civil. Sinal de que temos que estar preparados para as lutas de novo setor militante que está surgindo.

A vitória de uma chapa combativa para o Sindicato de Metalúrgicos de Niterói e Itaboraí é parte da construção de uma nova direção para o movimento dos trabalhadores no Brasil. Por isso, achamos fundamental a unidade daqueles que defendem um sindicalismo combativo e de luta. A unidade não pode ser usada apenas como retórica ou autoproclamação. A unidade tem que se dar no respeito ao peso real na categoria, respeitando os acordos políticos e a vontade da maioria da chapa e da categoria. Não se constrói a unidade com autoritarismo, nem tampouco com calúnias e difamações. A história já nos provou isso.

INTERSINDICAL

MES

E os membros da chapa 3 que foram conosco à sede do PSTU

José Batista Jr ? Secretário-Geral da Chapa 3.

Marcelo Oliveira ? Secretário Finanças da Chapa 3.

Nélio Botelho ? Secretário Política sindical da Chapa 3.

Paulo Teixeira ? candidato a diretor da chapa 3 (indicado para a chapa pela Conlutas).

Fonte: Intersindical
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