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POSIÇÃO DO FORTALECER O PSOL - ADIAMENTO DO CONGRESSO

[POSIÇÃO DO FORTALECER O PSOL - ADIAMENTO DO CONGRESSO]

VIVEMOS UM PESADELO! UM VERDADEIRO GENOCÍDIO DO NOSSO POVO

Enfrentamos uma pandemia no Brasil sem precedentes. A situação é dramática e gravíssima, são praticamente 270 mil mortes e com perspectivas de ampliar muito esse número. Vivemos um verdadeiro genocídio do nosso povo, temos um assassino a frente da Presidência da República, que negou a existência do vírus e minimiza as mortes.

Essa política negacionista e genocida do governo Bolsonaro está matando nosso povo a cada dia. Estamos vivendo um verdadeiro caos sanitário e social. No Amazonas e no Pará vivemos o drama da falta de oxigênio que resultou em mortes que poderiam ser evitadas, esse crime pode se ampliar para outros estados. Os hospitais estão em colapso e os trabalhadores da saúde estão sendo obrigados a escolher quem vive e quem morre, já superamos os EUA em mortes, atingimos 2 mil mortes em apenas um dia. Especialistas apontam para chegar a marca de 3 mil mortes por dia em pouco tempo. O governo Bolsonaro boicota a vacinação, não temos vacinas e nem insumos, hoje menos de 5% da população está vacinada.

 

SOBRE O CONGRESSO HÍBRIDO COM VOTO PRESENCIAL

O Fortalecer o PSOL, corrente interna do nosso partido, é enfaticamente contra a realização do Congresso agora. Nesse momento de caos sanitário e colapso do sistema de saúde é uma irresponsabilidade organizar um Congresso Partidário. 

Nosso Partido tornou-se referência pela sua coerência e combatividade no enfrentamento a covid-19. Estamos também na linha de frente da defesa da vida dos profissionais da educação, lutando em todos espaços para que as aulas presenciais não retornem.

No ano passado, precisamente no dia 30 de março de 2020, quando a Direção Nacional do  Partido deliberou pelo adiamento do congresso, a pandemia estava ainda no começo. Um dos fundamentos da decisão foi de seguir respeitando as recomendações da OMS e das autoridades nacionais e internacionais de saúde, sobre o isolamento social para impedir a disseminação do vírus. Naquele período, entre os dias 30 de março a 02 de abril o número de mortes no Brasil atingia uma marca de 23 a 84 mortes por dia. E tomamos a decisão pelo adiamento o que se demonstrou acertado.

Ocorre que o número de mortes por Covid-19 no Brasil cresceu assustadoramente e no último dia 10 de março de 2021, atingimos no país a marca de 2.286 mortes diárias, um recorde que se repete a cada novo dia pela omissão do Governo Bolsonaro e seu Ministério da Saúde. O nosso País é o primeiro no mundo em número de mortes por Covid-19. A vacinação ocorre de maneira lenta e imprevisível. Nossa bandeira partidária número um é a luta pelo isolamento social, pela ampla vacinação do povo brasileiro para bloquear essa doença e por medidas sociais de auxilio que garanta a sobrevivência dos mais pobres.

Realizar um congresso no ano em que a pandemia aumentou o número de mortes no País e onde a cada dia acontece um novo recorde pelo número de mortes expressa uma grande contradição para o que temos defendido na luta contra o negacionismo da doença e na luta por cumprirmos as orientações das autoridades nacionais, internacionais e da OMS. Se o número de Mortes saiu das casas das dezenas em março de 2020 e aumentou para a casa dos milhares em março de 2021, qual será nosso argumento público para realização congressual?    

A realização de um congresso partidário agora nos causará um dano político, uma desmoralização de nossas posições em defesa do distanciamento social e nos colocará ao lado dos negacionistas que causam aglomerações colocando em risco a vida do nosso povo. Não esqueçamos que mesmo tendo a proposta de que o debate seja virtual, um congresso implica mobilização de militantes do partido que vão se aglomerar no país inteiro para votar, fiscalizar e organizar as votações. 

Defendemos o adiamento do Congresso para o início de 2022, combinado com a vacinação da maioria da população.

 

SOBRE O DEBATE VIRTUAL E A EXCLUSÃO DIGITAL

Somos contra o congresso virtual, porque em primeiro lugar priva a militância da sua participação. Segundo dados da PNAD de 2018, um em cada quatro brasileiros não possui acesso à Internet. 

É uma contradição com nosso programa, nossas bandeiras históricas, um processo congressual que impossibilite a participação dos setores historicamente marginalizados pela exclusão digital. Estamos falando especialmente dos setores que compõem nosso partido como: desempregados, sem-teto, sem-terra, precarizados e todos demais setores em estado de extrema vulnerabilidade da nossa classe.

Um congresso com debates virtuais significa excluir todos esses setores dos debates partidários, promovendo um processo de despolitização, onde se vota sem as condições objetivas de participação dos debates, intensificando uma lógica personalista, como aconteceu nos PEDs do Partido dos Trabalhadores. Essa prática não condiz com nossas formulações históricas, nossa prática e concepção socialista. O PSOL não tem vocação para processos excludentes e antidemocráticos. 

Sabemos que setores que entraram no partido depois do último congresso não estão representados nas instâncias do partido. Porém, essa demanda não pode se sobrepor as graves questões sanitárias que nossa classe está atravessando.

Sabemos que é um problema político e que pode e deve ser superado com medidas de emergência, como por exemplo, incluir esses setores nas atuais instâncias do partido, com direito a voz e voto, até que possamos realizar nosso congresso presencial.

Nosso maior problema atualmente não é a correlação de forças internas do partido, mas sim a falta de organicidade das instâncias e as poucas iniciativas políticas de mobilização, justamente por causa da pandemia.

Reafirmar que é necessário realizar o congresso para renovar a direção, é assumir que a atual direção não é capaz de conduzir o PSOL para o enfrentamento da crise política que o país vive. Atestando a incapacidade da maioria em fomentar iniciativas políticas haja vista a falta de reuniões ordinárias das instâncias partidárias.

Outra contradição é aprovar um congresso virtual, mas não conseguir impulsionar reuniões da executiva nacional cotidianamente e o DNPSOL mensalmente virtuais para organizar o partido na luta contra o governo genocida.

 

LOCKDOWN NACIONAL E AUXILIO EMERGENCIAL JÁ

Precisamos aprovar uma campanha urgente pelo lockdown nacional, com crédito subsidiado para pequenos e microempreendedores e garantia de auxílio emergencial para que os trabalhadores e trabalhadoras possam ficar em casa, sendo essa a única maneira de diminuir as mortes. 

Precisamos seguir lutando pelo distanciamento social, em defesa da ciência, pela ampliação das UTIs, reabertura dos hospitais de campanha (que nunca deveriam ter sido fechados), contra a abertura das escolas, que já demonstra ser um espaço de transmissão e ampliação da Covid19. Exigir do Governo Federal e dos governadores a compra de vacina para toda população urgente. Essas tarefas que o nosso partido precisa organizar, envolvendo a militância e garantido maior organicidade a partir das plataformas online.

* Se você concorda que o Congresso do PSOL não deve acontecer esse ano, em meio a pandemia e sem ter a maioria da população vacinada junte-se a nós. Organize reuniões dos diretórios municipais, estaduais e pressione pelo adiamento do Congresso!

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