Eduardo Alves, 6 de maio de 2011

Quem foi Marx?

Paisagista, comediante, ator, contador de estórias?

 

A paisagem da luta de classes,

de fato essa ele costurou.

A comédia da história,

com o passar das tragédias ele desenhou.

As cenas entusiasmadas da Comuna em Paris

ele realmente viveu, reviveu, repensou.

 

Contou histórias com um grande H,

objetivo, complexo,

que fez da lógica formal,

uma informalidade de contradições não determinantes,

e construiu as bases das determinantes contradições.

 

Quem foi Marx?

Quem gosta, adota, respeita, venera, estuda,

(afinal, tem de tudo, para o próprio desgosto do Mouro)

ainda não se descobriu.

 

Quem o combate, o rejeita,

o crava no peito uma peste de marxista,

tenta transformar em ideologia sem pista,

em palavras sem conceito,

em frases sem rigor,

em ditos sem objetividade.

Padeceu na continuidade indiscutível da história.

 

Marx vive, mas sem teleologias, dogmas e torcidas.

Apesar da vibrante presença de tamanho, força e ironia,

vive na beleza da construção da realidade quente,

e nunca da poesia fria.