Documentos divulgados em matéria do Fantástico do último domingo (08) mostraram que a Petrobras também foi alvo da NSA, a agência de espionagem do governo americano. Com a denúncia, o senador do PSOL, Randolfe Rodrigues, do Amapá, entrará com uma Ação Popular no Supremo Tribunal Federal, pedindo o cancelamento do leilão do campo de petróleo de Libra, localizado na Bacia de Santos, previsto para ocorrer no final de outubro.
 
A área que será leiloada tem reservas que podem chegar a 12 bilhões de barris de petróleo. Para Randolfe, o interesse americano no Brasil, está claro, é econômico. E a confirmação de que a Petrobras foi espionada, transforma esse leilão em “jogo de carta marcada”.
 
“As informações sobre o Leilão que ocorre no final de outubro não são mais da Petrobras, já são das empresas norte-americanas e de grandes empresas, que querem participar deste leilão, com interesse em abocanhar nossas riquezas”, denuncia Randolfe.
 
O parlamentar amapaense protocolou nesta segunda-feira (09), requerimentos nas Comissões de Relações Exteriores e de Assuntos Econômicos do Senado, pedindo a realização de audiência pública para pedir explicações ao governo e para a Petrobras, diante das novas denúncias. O senador pede a presença da presidente da Petrobras, Maria das Graças Silva Foster; do ministro da Defesa, Celso Amorim; do ministro das Relações Exteriores Alberto Figueiredo Machado, e do ministro chefe do Gabinete de Segurança Institucional, José Elito Siqueira.
 
Em audiência pública realizada em julho deste ano, no Senado, quando surgiram as primeiras denúncias de espionagem publicadas pelo Jornal O Globo, Randolfe já havia levantado a preocupação quanto à vulnerabilidade das informações sobre o leilão.
 
Abaixo um trecho que descreve o questionamento feito pelo senador, direcionado para o ministro da Defesa, Celso Amorim; ao então ministro das Relações Exteriores, Antônio Patriota; e ao ministro da Segurança Institucional, José Elito Siqueira.
 
“Essas informações dão conta de outra questão: da vulnerabilidade das nossas informações diante da NSA. Faço, inclusive, a pergunta ao General José Elito, ao ministro Celso Amorim e ao ministro Patriota: Qual é a garantia que nós temos, que informações estratégicas, como, por exemplo, a do próximo leilão do pré-sal, previsto para outubro, não estão vulneráveis?.  Essas riquezas são estratégicas para o nosso futuro.”
 
Em resposta ao senador, Celso Amorim disse que “nem o Brasil, o nosso centro cibernético, nem nenhum outro país tem capacidade de proteger de maneira absoluta todas as informações. Nem, talvez, de espionar tudo, se bem que o tal programa que eu mencionei aqui tinha essa ambição – Total Information Awareness – mas, de qualquer maneira, não há essa possibilidade”.