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Resposta a um comentarista da luta de classes
Nos últimos anos, o MTST se consolidou como o principal movimento popular urbano do Brasil. Foi um processo muito duro, repleto de batalhas vitoriosas e também com derrotas amargas.
Uma coisa nunca saiu do nosso horizonte: nossa luta por direitos sociais não poderia ficar restrita e, sempre que possível, deveríamos fazer o esforço de construir unidade com outros setores que também estavam lutando, já que sozinho nem o mais robusto movimento pode encarar odesafio de construir um processo de mudanças estruturais no país. Assim, depois de algumas tentativas, erros e acertos, ajudamos a construir a Frente Povo Sem Medo e seu desdobramento programático, a plataforma Vamos.
A Vamos jamais se pretendeu um programa acabado, mas um ciclo de debates para construirmos junto a outros movimentos, partidos, coletivos, personalidades, etc., um processo de construção democrática que toque nos reais problemas dos trabalhadores e do povão sofrido e aponte para propostas efetivas que possam ser discutidas, decididas e executadas pelas maiorias. Vale lembrar que a Vamos não se encerrou. Em 2018, continuaremos os debates, agora com foco nas periferias brasileiras, que geralmente não participa da construção abstrata proposta pela esquerda tradicional. Será mais um desafio.
Aí, um intelectual com pretensões eleitorais e uma série de brigas dentro do seu partido, resolve nos atacar "duramente", nos acusando de "falta de luta de classes na análise", etc e tal. Ele parece confundir um processo (democrático) de construção de debates programáticos com o programa do PSOL. Errou feio. A Vamos se pretende para muito além de um partido ou de um processo eleitoral. Queremos construir e estamos construindo um novo campo da esquerda brasileira, que está claramente encerrando um ciclo. Se teremos sucesso, a história responderá. Entretanto, já dá pra ver que parte da pequena-burguesia esclarecida autoproclamada revolucionária irá (como já fez em outros processos mundo afora) se colocar contra, muito porque ver o protagonismo popular (muitas vezes desadaptado da lógica formal dos revolucionários de programa) é incômodo pra esses setores -imagina alguém que nunca leu Marx fazendo política de esquerda? Que absurdo, né Plininho?
Outra coisa é que pra construir o novo não abriremos mão da ação direta e do enfrentamento aos privilégios. Aqui, gostaria de lembrar que nos últimos 5 anos, somente o MTST realizou mais de 50 ocupações urbanas (várias delas em cidades governadas pelo PT, viu Plininho?) e incontáveis marchas, travamentos, atos...
Aquela história de que a turma da teoria se contenta em analisar o mundo, quando trata-se de, urgentemente, transformá-lo, tá valendo ainda, hein?!
Nós Vamos! Sem medo!
Por Guilherme Simões