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SÓ HÁ UM CAMINHO PARA GARANTIR A PAZ: FORA OTAN E EUA DA UCRÂNIA! NEGOCIAÇÃO, JÁ!

[SÓ HÁ UM CAMINHO PARA GARANTIR A PAZ: FORA OTAN E EUA DA UCRÂNIA! NEGOCIAÇÃO, JÁ!]

A polêmica sobre de quem é a responsabilidade da crise da Ucrânia Neste texto, nós queremos expressar a posição política do Fortalecer o PSOL sobre a atual situação da Rússia/Ucrânia e o imperialismo norte-americano.

1- O conflito não é entre dois imperialismos

Diversas organizações trataram o conflito colocando um sinal de igual entre a Rússia e os EUA/OTAN.

* Os Estados Unidos é quem decreta os bloqueios econômicos sobre países "rebeldes" como Irã, Cuba, Coreia do Norte, Venezuela e, agora, a Rússia.

* Os EUA é a nação que tem 742 bases militares, com mísseis, em dezenas de países, por todo o globo terrestre.

* É o país que controla as transações comerciais e os preços das commodities (produtos primários, minérios) no mundo.

* Assim como, toda e qualquer movimentação comercial e financeira pelo mundo é feita pelo padrão dólar.

* Também, poderíamos salientar que o Banco Mundial e o FMI são controlados pelo imperialismo estadunidense.

A crise econômica tem levado ao questionamento destes ditames, por diversos países e, mais enfaticamente, pela Rússia e pela China, que vêem um controle excessivo por parte dos EUA sobre as regras mundiais. 

Portanto, sob qualquer ponto de vista que se queira comparar, a Rússia é um país capitalista, bastante desenvolvido, com armas nucleares, mas que não tem ingerência sobre as transações comerciais, financeiras e, sequer, sobre os preços de suas matérias primas no mercado mundial, porque esses preços são determinados pelos centros financeiros dos EUA e da Inglaterra.

2- Não se trata de uma questão de regime, mas de uma disputa geopolítica interburguesa.

As posições do governo Putin sobre democracia, LGTBQI ou sobre nacionalidades, não são o determinante da ação da Rússia sobre a Ucrânia. O que está em jogo é o avanço da OTAN sobre as fronteiras da Rússia, como forma de intimidar e submeter a Rússia aos ditames do imperialismo yanque. 

Sequer o caráter nacionalista radical ou mesmo fascista do atual presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, é o determinante.  Não se trata de uma disputa de um tirano contra um fascista.

Sequer uma guerra entre duas nações.

3- Também não está em debate se a Rússia e a Ucrânia têm algum aspecto de “socialismo”. Ambas são economias de mercado, capitalistas até a medula.

4- O que os EUA querem, estrategicamente, é submeter a Rússia às regras impostas por eles. Assim como, inviabilizar uma aproximação, inevitável, entre a Rússia e a Europa.

5 - Também é importante debater se interessa à esquerda revolucionária a disputa interburguesa.

 Sem dúvida alguma, as disputas interburguesas são momentos importantíssimos para a nossa classe e para os revolucionários. Colocar um sinal de igual entre a Rússia e os EUA e tratar a reação defensiva da Rússia como uma ofensiva é equivocado.

 Os revolucionários têm lado nessa disputa.  Não se trata de uma anexação de território, como foi o caso da 1ª Guerra Mundial interimperialista, que tinha como objetivo central a pilhagem e conquista, uma guerra pela partilha do mundo.

 A tradição do movimento socialista internacional sobre as condições para caracterizar um país como imperialista não se encaixa para caracterizar a Rússia como imperialista. Portanto, reiteramos, não é uma disputa entre dois imperialismos. Vejam as condições segundo Lênin:  "Imperialismo fase superior do capitalismo" (https://www.marxists.org/portugues/lenin/1916/imperialismo/index.htm

Exigir da Rússia que não lute pela sua auto-defesa territorial é fazer eco à campanha internacional da mídia e dos governos pró-imperialistas, por uma paz que só interessa aos EUA, que seguem na ofensiva sobre todas as nações para que se submetam às regras do jogo. Um jogo controlado e hegemonizado por este imperialismo, em benefício da burguesia internacional, em particular a sua.

6 - E por último, a questão da paz

Para garantir a paz é necessário que a OTAN cumpra os acordos de Minsk e dê garantias de que não irá instalar mais bases militares nas fronteiras da Federação Russa. Isto para que, no mesmo momento, Putin retire suas tropas de ocupação do território ucraniano e a Ucrânia garanta a independência da região de Donbass.

 

Fortalecer o PSOL- 27-02-2022

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