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UFRGS: Expansão Sim, mas com qualidade!

[UFRGS: Expansão Sim, mas com qualidade!]

berna_post.jp

As diversas tentativas de aplicar as recomendações do Banco Mundial para a Educação, enfrentaram a resistência organizada da Comunidade Universitária. Foi assim com o GERES, de Sarney, as “Organizações Sociais” do Bresser Pereira,  no Governo FHC. É temendo esta resistência que o governo Lula usou uma tática diferente. Ele fatiou a Reforma Universitária. Apresentou um conjunto de projetos de leis, decretos, portarias, todas a serviço de ir aplicando ponto a ponto uma Reforma que não mais teria como concepção a indissociabilidade entre o ensino, pesquisa e extensão.

 
É neste marco que se insere o Decreto que institui o REUNI. Em tese a proposta do Governo é melhor aproveitar a estrutura física e os recursos humanos atualmente existentes, para ampliar o acesso e permanência na educação superior. No entanto, o REUNI, tem um vício de origem: o Governo “esquece” que as universidades - em sua grande maioria - hoje se encontram em uma situação precária, tanto em termos de infra-estrutura, quanto de recursos humanos. O déficit de professores em nível nacional, segundo o Andes-SN é de 8 mil e quanto aos técnicos não é diferente. Hoje poucas bibliotecas permanecem abertas à noite, por falta de trabalhadores nessa área; o mesmo acontece com laboratórios e setores de informática.
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Em troca do cumprimento de metas o Governo promete um incremento de verbas que viriam em 5 anos, sendo que a maior parte dos recursos no último ano. E, como e 5º ano já será um novo governo, este poderá revogar o decreto e não pagar a maior parcela.
 
Além disso, as metas são na sua maioria ireais, como a taxa média de conclusão de 90%, quando a média dos países do bloco europeu é de 70% e mesmo os EUA com seu poderoso PIB estão abaixo desta taxa. Hoje a maioria das IFES é de 60%.
 
O Brasil investe muito pouco em educação - 12,2 % e 2,5% em ensino superior, menos que o México (23,8% e 4%), Malásia (28% e 9,8%) ou de novo os EUA (15,2% e 4%), respectivamente, o projeto de Lula não é novo. Como os governos anteriores, ele quer não mais uma universidade de pesquisa a serviço de um Projeto de país independente, mas uma universidade pobre para os pobres e os centros de pesquisa para uma elite.
 
É tarefa do conjunto do movimento social e da comunidade universitária, derrotar mais esta tentativa.
 
 
Obs: Os representantes dos estudantes pediram vistas do projeto na reunião do CONSUN. Na próxima reunião do dia 26 de outubro, apresentarão uma proposta alternativa.
 
 
 
Berna Menezes
Coord. Geral Assufrgs
Direção Nacional PSOL
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