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Uma campanha presidencial diferente

[Uma campanha presidencial diferente]

Por Francisvaldo Mendes de Souza*

O Partido Socialismo e Liberdade, PSOL defende o financiamento público das campanhas eleitorais. Isso porque as doações feitas por empresas privadas podem influenciar a gestão do administrador público, mesmo que seja legais, pois o gestor fica obrigado moralmente a atender às reivindicações dessas companhias durante seu mandato. Além disso, essa doações funcionam como mecanismo de pressão para garantir que a empresa atue como fornecedora da administração pública, perpetuando o financiamento da próxima campanha eleitoral. O PSOL mostrou nessas eleições que é perfeitamente possível realizar campanhas sem necessitar de recursos de empresas.
 
Ao optar somente pelo financiamento público, afastou ?se de esquemas de lucro fácil utilizados por alguns empresários, que superfaturam trabalhos realizados durante a campanha, como impressões gráficas, atividades de comunicação, entre outros. Nessa situação, o valor de cada profissional é, muitas vezes, multiplicado por dez, comparado ao valor de mercado. Há caso inclusive de pessoas que, durante o ano eleitoral, aproveitam para montar sua empresa ou tirá-la da falência.
 
Já no PSOL esses serviços são executados por meio de doações monetárias e trabalhos voluntários de militantes e simpatizantes do partido, que dedicam seu tempo e conhecimento em benefício da nossa campanha eleitoral. Nesse ano, tivemos o exemplo da juventude do Rio de Janeiro, que se engajou na campanha do PSOL  e fizeram até camisetas que carregavam a frase ? NÃO GANHO NENHUM REAL, ESTOU NA RUA POR IDEAL?, demonstrando  que é possível lutar pela realização de uma política benéfica a toda a população, em defesa da educação e saúde gratuitas e de qualidade para todos.
Essa credibilidade na política precisa ser resgatada. Na realidade atual, a maioria dos políticos candidata-se visando ao benefício próprio ou interesses escusos de empresas e grupos econômicos. Devemos incentivar uma maior participação da população na política.
 
Essa é uma forma eficiente de afastarmos os mal intencionados, os mau-caracteres que predominam na gestão pública. Defendemos que haja maior participação popular no acompanhamentos dos mandatos, na fiscalização do poder público e na cobrança de políticas, ao invés da participação utilitária a que são submetidas e se submetem algumas pessoas, inclusive durante a campanha eleitoral, ao venderem-se como cabos eleitorais, não podendo cobrar os candidatos para quem trabalharam e se sentindo usados pelos políticos.
 
Em 2010, na campanha presidencial do PSOL, recebemos vários tipos de apoios de pessoas que enviaram contribuições ao programa de governo, que se solidarizavam com a campanha, que fizeram questão de contribuir financeiramente com valores que variaram de R$ 1,00 a 10.00,00. Isso demonstra a importância de mantermos uma campanha independente das doações feitas pelas empresas.
 
Nessas eleições, o valor total arrecadado pela campanha presidencial foi de R$ 329.950,22, sendo que as contribuições de pessoas físicas somaram quase 1/3 desse total (R$ 104.133,00). O candidato Plínio Sampaio investiu 54.785,00 e o PSOL, R$171.032,22, provenientes do fundo partidário. A prestação de contas detalhada pode ser acessada no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ou no site do PSOL Nacional (www.psol50.org.br), em Direção>Finanças.
 
Realizar uma campanha eleitoral sem o pagamento de cabos eleitorais e com engajamento militante com a participação coletiva na elaboração do planejamento, na estrutura e no engajamento nas ruas para demonstrar as reais mudanças que queremos fazer na política e na situação do povo brasileiro é possível para aqueles que acreditem numa sociedade igualitária, justa, fraterna, sem explorados e exploradores. Aqueles que acreditam numa sociedade socialista.
 
* Francisvaldo Mendes de Souza é Secretário de Finanças Nacional do PSOL e atuou nessas eleições como Presidente do Comitê Financeiro Plínio Presidente. 
Fonte: www.psol50.org.br
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